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8. Jean Wahl, Pensée, perception, Calmann-Lévy, 1948, p. 218. E que docu-
mento para uma metafísica da mandíbula! Lemos nos Príncipes de phonologie de
Trubetzkoy, trad. francesa, 1949, p. XXIII, em nota: "Martynov, um alienado
russo do fim do século, tinha publicado uma brochura intitulada Découverte du
mystère de ia langue humaine en révélation de ia faillite de Ia íinguistique savante [Desco-
berta do mistério da língua humana como revelação da falência da lingüística
erudita], onde procura provar que todas as palavras das línguas humanas remon-
tam às raízes que significam 'comer' (nota de Jacobsen). Morder é um início
para participar do mundo."
DE I 'ASEIO E COSMOS 171
Ligando o mundo à necessidade do homem, Franz von Baader
escrevia: "A única prova possível da existência da água, a mais
convincente e mais intimamente verdadeira, é a sede."9
Como dizer, diante de todas as oblações que o Mundo oferece
ao homem, que o homem é rejeitado pelo Mundo e a princípio
lançado no Mundo?
A cada apetite, um mundo. O sonhador participa então do
mundo alimentando-se de uma das substâncias do mundo, subs-
tância densa ou rara, quente ou doce, clara ou cheia de penumbra
segundo o temperamento da sua imaginação. E quando um poeta vem
ajudar o sonhador, renovando as belas imagens do mundo, o
sonhador alcança a saúde cósmica.
III
Um bem-estar difuso procede do sonho. Difuso-difundente,
conforme a regra onírica da passagem do particípio passado ao
particípio presente. O bem-estar difundente transforma o mundo
em "meio ambiente". Citemos um exemplo dessa renovação da
saúde cósmica adquirida pela adesão a um ambiente do mundo.
Tomamos esse exemplo ao método do "training autógeno" do psi-
quiatra J. H. Schultz. Trata-se de reensinar ao doente angustiado
as certezas da boa respiração: "Nos estados que procuramos indu-
zir, a respiração torna-se com muita freqüência, conforme os rela-
tos dos pacientes, uma espécie de 'ambiente' no qual eles se mo-
vem. .. Levanto-me e abaixo-me respirando como um barco num mar
tranqüilo... Nos casos normais, basta empregar a fórmula: 'Respire
calmamente.' O ritmo respiratório pode adquirir tal grau de evidên-
cia interior'0 que se poderá afirmar: 'Eu sou todo respiração.' ""
9. E. Susini, Franz von Baader et le romantisme mystique, t. I, p. 143.
10. Grifo nosso.
11. J. H. Schultz, Le training autogène. Adaptação P.U.F., p. 37. Cf. G. Sand,
Dernières pages: une nuit d'hii
"O ar que respiramos sem lhe prestar atenção e pensando em outra coisa
não vivifica tanto como aquele que respiramos para respirá-lo." Em sua tese
de medicina defendida em Lyon em 1958, François Dagognet forneceu vários
elementos para uma psicologia da respiração. Um capítulo dessa tese foi publi-
cado pela revista Thalès, 1960.
172 A POÉTICA DO DE VANE10
O tradutor da página de Schultz acrescenta em nota: "Esta
tradução não passa de fraca aproximação da expressão alemã
Es atmet mich, literalmente 'Isto me respira'. Noutras palavras:
o mundo vem respirar em mim, eu participo da boa respiração
do mundo, estou mergulhado num mundo que respira. Tudo
respira no mundo. A boa respiração, aquela que me há de curar
da minha asma, da minha angústia, é uma respiração cósmica."
Numa de suas Orientales, Mickiewicz (Oeuvres traduites, t. I,
p. 83) exprime a plena vida do tórax ampliado: "Oh, como é
doce respirar com todo o tórax! Respiro livre, plena, largamente.
Todo o ar do Arabistão mal basta para os meus pulmões."
Tules Supervielle, traduzindo como poeta um poema de Jorge
Guillén, conhece essa respiração do mundo:
Ar que respiro afundo
Tantos sóis o fazem denso
E, para mais avidez,
Ar onde o tempo se respira.
No ditoso peito humano, o mundo se respira, o tempo se
respira. E o poema continua:
Eu respiro, eu respiro
Tão afundo que me vejo
A gozar o paraíso
Por excelência, o nosso}2
Um grande respirador, como o foi Goethe, coloca a meteoro-
logia sob o signo da respiração. A atmosfera inteira é, numa
respiração cósmica, respirada pela terra. Numa conversa com
Eckermann, Goethe dizia: "Represento-me a Terra com o seu
círculo de vapores como uma grande criatura viva que aspira
e inspira eternamente. Se a Terra aspira, ela atrai para si o círculo
de vapores que se aproxima de sua superfície e engrossa em nu-
vens e chuva. Chamo a esse estado a afirmação aquosa; se durasse
além do tempo regulado, ele inundaria a Terra. Mas esta não [ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ]
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